Aula 10 – Ética II – 03.04.13

Nesta aula se iniciou a discussão e debate sobre o texto 4, intitulado Ética e Economia.

Tópicos abordados:

– Labor e filia

– Racionalidade do mercado

– O consumidor e a ética

– A concorrência e o cinismo

– Egoísmo como altruísmo

– Ética e qualidade de vida

Frases proferidas: ‘Antigamente se trabalhava para viver, atualmente se vive para trabalhar’, ‘Hoje não é permitido o ócio’, ‘A palavra trabalho vem do latim Tri + Palium, que significa instrumento de tortura – três paus’, ‘O trabalho possui uma conotação punitiva’, ‘Alguém já viu capitalismo ateu? Sempre existe uma mãe invisível’, ‘Programas e campanhas como Criança esperança, do agasalho, AACD… são criadas para conter a sociedade e aplacar a crise de consciência’, ‘O Brasil se caracteriza pelo cinismo’.

“Com o desemprego ou baixo salário dos pais e sem acesso ao mercado de trabalho ou algum tipo de ajuda, estes menores só podem sobreviver de modo ‘ilegal’: de atividades marginais (limpar pára-brisas de carros nas esquinas, tomar conta de carros nas ruas…) ou de pequenos furtos. São atividades que atrapalham a vida das pessoas ‘de bem’, das pessoas integradas no mercado. Não somente atrapalham, mas estas pessoas se sentem ameaçadas por estas crianças.

Se elas são ameaças (reais ou ilusórias, não importa), não são mais vítimas inocentes. São culpadas. Não importa se ainda não cometeram algum delito. São culpadas por delitos que por certo irão cometer. São condenadas antecipadamente. Por isso, nem os assassinatos de crianças pobres chocam mais a consciência social. (…) A insensibilidade dos integrados no mercado (na vida econômica-social) diante dos sofrimentos dos pobres (65% da população brasileira é excluída do mercado) é hoje uma marca da nossa sociedade. Adultos ou crianças, não importa. Se são pobres, são culpados. Do quê? Não importa!

Vivemos um estranho paradoxo: as pessoas integradas no mercado têm uma consciência tranquila diante da atual crise social, diante da intraquilidade social. A maioria destas pessoas – incluindo a maioria dos cristãos – não se sente mais interpelada pelo sofrimento dos pobres. É como se ela não tivesse nada a ver com isto. E como aprendeu que ter consciência tranquila é a prova da sua inocência, a prova de que ‘está de bem com Deus’, se sente duplamente tranquila.

A única intranquilidade diante da crise social é a preocupação de não ser atingido por esta crise e de não sofrer violência por parte dos pobres e marginalizados. As pessoas integradas no mercado se sentem vítimas dos pobres. (…) Os beneficiados do nosso sistema econômico iníquo tornaram-se tornaram-se vítimas, e as vítimas deste sistema tornaram-se culpadas”.

Jung Mo Sung. Se Deus existe, por que há pobreza?

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