Aula 27 – Ciência Política – 10.11.11

Na aula de hoje o professor iniciou a última matéria deste semestre… trata-se de parte do legado de Karl Marx, especificamente, a sua ‘teoria de estado’, em que pese, este pensador não ter deixado nenhuma obra explícita sobre o Estado (pregava que todo Estado era mal), podemos inferir toda uma conceituação e tese sobre este assunto nas suas várias obras.

Portanto para a pergunta ‘A teoria de Estado de Marx existe?’ podemos responder Sim e Não. Não em função de Marx não ter deixado nenhuma obra formalmente escrita sobre a teoria de Estado e Sim porque podemos encontrar todo um arcabouço teórico robusto sobre uma teoria de Estado nas demais obras deixadas por Marx.

Sugeriu a leitura do livro: O 18 brumário de Luís Bonaparte, de Karl Marx.

Adotou a dialética (que é composta por tese, antítese e síntese) para defender as suas teorias, onde, a sua tese seria o comunismo primitivo, antítese o Estado e a síntese seria o comunismo em sua plenitude – fim do Estado.

A tese de Karl Marx tem dois elementos principais:

1º elemento: A consideração do Estado como pura e simples superestrutura – reflete o estado das relações sociais determinadas pela base da economia:

ESTRUTURA: Econômica (modo de produção – relação de produção econômica).
SUPERESTRUTURA: Estado (aparato ideológico (códigos morais, religião, cultura, representa o poder coercitivo).

2º elemento: A identificação do Estado como aparelho de que serve a classe dominante para manter o seu domínio, o motivo pelo qual o fim do Estado não é um fim nobre, como a justiça, a liberdade ou o bem estar, mas pura e simplesmente o interesse específico de uma parte da sociedade, o bem da classe dominante.

Frases proferidas: ‘Marx tinha uma concepção extremamente negativa do Estado’, ‘Todo Estado para ele era mal’, ‘A essência de tudo era o realismo, o materialismo’, ‘o fator econômico é que era o motor da história, segundo Marx’, ‘o homem não é sujeito da história, mas sim objeto – citando Marx’, ‘o comunismo é quando o Estado desaparece’, ‘Marx se denominava um hegeliano de esquerda’, ‘Hegel deixou a mesa coma as pernas para cima, eu vim (Marx) para colocar a mesa de pé’, ‘para Hegel (que tinha uma concepção positiva de Estado), ao contrário de Marx, o Estado é um Deus terreno, pois é um pacificador terreno’, ‘Marx dizia que Hegel criou o método (dialética) correto, mas não o utilizou de forma correta’, ‘o Estado é uma fase passageira – segundo Marx’, ‘No comunismo não há religião’, ‘Eu não sou Marxista da forma que vocês são – Marx criticando os pensadores que seguiam as suas teses, mas de maneira/forma muito extremistas’, ‘a comuna de Paris não deu certo pois não era o momento certo da história. O capitalismo ainda não estava totalmente amadurecido’, ‘o capitalismo estará na iminência de ruir quando do seu auge’, ‘a Inglaterra nunca teve partido comunista’, ‘Marx viveu na Inglaterra por muito tempo, paradoxalmente o país onde o Estado era mais consolidado e assim pode dar guarida e segurança para Marx, que era procurado por vários governos’.

“A impressão que tenho é a de que o ‘cumpanheiro’ Karl Marx era um fanfarrão, por ser totalmente contra o Estado, com várias teses sobre o seu fim, mas vivia na Inglaterra, usufruindo de todas as benesses que o Estado podia lhe oferecer.”

Na aula de amanhã, dia 11.11.11, o professor irá continuar com esta matéria e fará um breve resumo do conteúdo a ser cobrado na próxima e última prova.

Abaixo um pequeno resumo do fantástico revolucionário e ‘fanfarrão’ Karl Marx:

Idealizador de uma sociedade com uma distribuição de renda justa e equilibrada, o economista, cientista social e revolucionário socialista alemão Karl Heinrich Marx, nasceu na data de 05 de maio de 1818 (em Tréveris – Alemanha), cursou Filosofia, Direito e História nas Universidades de Bonn e Berlim e foi um dos seguidores das idéias de Hegel.

Ideias marxistas

Este filósofo alemão foi expulso da maior parte dos países europeus devido ao seu radicalismo. Seu envolvimento com radicais franceses e alemães, no agitado período de 1840, fez com que ele levantasse a bandeira do comunismo e atacasse o sistema capitalista. Segundo este economista, o capitalismo era o principal responsável pela desorientação humana. Ele defendia a idéia de que a classe trabalhadora deveria unir-se com o propósito de derrubar os capitalistas e aniquilar de vez a característica abusiva deste sistema que, segundo ele, era o maior responsável pelas crises que se viam cada vez mais intensificadas pelas grandes diferenças sociais.

Este grande revolucionário, que também participou ativamente de organizações clandestinas com operários exilados, foi o criador da obra o Capital, livro publicado em 1867, que tem como tema principal a economia. Seu livro mostra estudos sobre o acúmulo de capital, identificando que o excedente originado pelos trabalhadores acaba sempre nas mãos dos capitalistas, classe que fica cada vez mais rica as custas do empobrecimento do proletariado. Com a colaboração de Engels, Marx escreveu também o Manifesto Comunista, onde não poupou críticas ao capitalismo.

Este notável personagem histórico faleceu em Londres, Inglaterra, em 14 de março de 1883, deixando muitos seguidores de seus ideais. Lênin foi um deles, e, na União Soviética, utilizou as idéias marxistas para sustentar o comunismo, que, sob sua liderança, foi renomeado para marxismo-leninismo. Contudo, alguns marxistas discordavam de certos caminhos escolhidos pelo líder russo.

Até hoje, as idéias marxistas continuam a influenciar muitos historiadores e cientistas sociais que, independente de aceitarem ou não as teorias do pensador alemão, concordam com a idéia de que para se compreender uma sociedade deve-se entender primeiramente sua forma de produção.

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